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Irlanda e Irlanda do Norte: dicas, pontos turísticos, hospedagem, alimentação, transporte, passeios,



Quando eu comprei minha passagem para Dublin imaginei que iria visitar um país cheio de bares, cerveja Guinness e pessoas ruivas. Agora que voltei da viagem tenho que confessar que realmente há muitos bares na Irlanda, que o consumo de cerveja Guinness de fato é alto e que encontrei muitos ruivos por lá. Entretanto, descobri também um país muito agradável, com uma história triste riquíssima e um povo muito engraçado e simpático. Descobri campos e mais campos infinitamente verdes (é sério, nunca vi uma plantação tão verde) cheios de ovelhas coloridas, paisagens naturais belíssimas e o Riverdance, típica dança irlandesa.


A idéia de viajar para lá surgiu de um jeito meio inusitado. Meu namorado queria voltar para a Escócia e a única passagem com preço bom que achamos para aquela região nas datas que queríamos era chegando em Dublin. Acabamos, então, incorporando a Irlanda na nossa viagem.


Saímos dia 02 de Outubro de 2016 de Curitiba, sendo que o roteiro foi o seguinte:


03/10/2016 - chegada em Dublin

04/10/2016 - turismo pela cidade de Dublin

05/10/2016 - passeio para os sets de Game of Thrones na Irlanda do Norte

06/10/2016 - passeio para o Giant's Causeway na Irlanda do Norte

07/10/2016 - passeio para o Cliff's of Moher

08/10/2016 até 15/10/2016 - Escócia

16/10/2016 - compras em Dublin e voo de volta para o Brasil



Chegando em Dublin - imigração e ida do aeroporto para o centro da cidade:


Chegamos em Dublin na segunda-feira, dia 03 de outubro de 2016. A imigração foi um pouco mais rigorosa do que a europeia, mas nada absurdo. Tivemos que apresentar a reserva dos hotéis (a reserva do Airbnb foi suficiente) e a passagem de volta para o Brasil, além de responder qual era o motivo da viagem, por quantos iriamos ficar na Irlanda e nossa profissão. Nessa hora é bom lembrar sempre de dar respostas firmes e objetivas. Por exemplo eu, que trabalho no Ministério Público do Trabalho, prefiro sempre dizer que sou advogada (“lawyer”) do que explicar as minúcias do meu cargo. Não estou mentido, apelas simplificando.


A razão dessa imigração exigente é que a Irlanda não faz parte do espaço Schengen (acordo entre vários países europeus de livre circulação). Em vez disso, desde 1923, eles têm um acordo de área comum de livre circulação com o Reino Unido, então são tão exigentes como a terra da Elizabeth II.


Passaporte carimbado, pegamos a mala na esteira e saímos no saguão do aeroporto. Saímos pela porta principal e atravessamos um estacionamento até chegar nas paradas de ônibus. Pegamos o ônibus 16, que por sorte estava parado lá aguardando passageiros, que vai do aeroporto para o centro da cidade e custou aproximadamente 3 euros por pessoa (cuidado que só aceitam moedas). O ônibus é seguro, confortável, tem wi-fi liberado e espaço para colocar malas grandes. Aproximadamente 45 minutos depois chegamos no centro da cidade. Se você não sabe direito onde descer, pode ir acompanhando o trajeto dele pelo Google Maps usando o wi-fi.


De taxi a corrida para o centro (O’Connell Street) fica entre 21 e 24 euros, dependendo do horário e uma outra opção boa é pegar o ônibus expresso de dois andares azul claro chamado Airlink Express, que custa 6 euros, tem wi-fi liberado, espaço para malas e tem 2 destinos diferentes: Heuston Station (nº 747) e Camden (Charlotte Way) (nº 757) – cuidado para não entrar no ônibus errado! Analise o caminho das duas opções e veja qual passa mais perto do seu destino. Dica: se quer ir para as imediações da O’Connell Street pegue o Airlink 747 sentido Heuston.

Site com mapa e horários do Airlink 747 para Heuston: https://www.dublinbus.ie/Your-Journey1/Timetables/All-Timetables/74711/

Site com mapa e horários do Airlink 757 para Camden Street: https://www.dublinbus.ie/Your-Journey1/Timetables/All-Timetables/747111/

Hospedagem:

Alugamos um Airbnb de duas irmãs brasileiras que moram em Dublin e foi excelente. Foi mais barato que hotel, o chuveiro era ótimo, tinha frigobar, fogão e micro-ondas. Ele ficava perto do Hospital Mater e em aproximadamente 10 minutos de caminhada chegávamos na O’Connell Street.

Valor pago por noite e por pessoa: 116 reais.


Recomendo só que você não reserve seu hotel, hostel ou airbnb muito longe da parte turística da cidade para poder conhecer tudo a pé. Como parte turística da cidade considero o centro dessa parte aqui:


Segurança em Dublin:

Dublin é dividida pela metade pelo rio Liffey entre parte norte e parte sul. A parte norte é considerada um pouco mais perigosa que a parte sul, mas eu achei Dublin uma cidade consideravelmente segura, especialmente se comparada com o Brasil. Em nenhum momento senti medo, mas sempre fiquei esperta com aquelas regras básicas para turistas: passaporte e dinheiro sempre na bolsinha de dinheiro e não na carteira, não ficar falando alto em português na rua durante a noite para não chamar atenção, cuidar com a carteira e com mochila etc.



Fazendo turismo - principais pontos turísticos:


Dublin não é difícil de se localizar e é uma cidade compacta, então toda a parte turística pode ser feita a pé.


Eu recomendo separar 2 dias inteiros para conhecer todos os pontos turísticos principais da cidade, mas se você só tem um dia, como eu, consegue ver muita coisa se acordar cedo e ficar o dia todo passeando. Foi cansativo, mas como a cidade é plana e os pontos turísticos são bem próximos, recomendo fazer tudo a pé!


Esse foi o trajeto que eu fiz em um dia (comecei no número 1 e parei no 10). As letras A, B e C são lugares que eu queria ir, mas não deu tempo:



  1. The Spire – Um monumento em forme de agulha com 120m de altura que fica bem no meio da O’Connell Street. Ele foi construído em 1999 como parte de um plano de revitalização da rua O’Connell. Ele foi construído exatamente onde ficava o monumento dedicado ao Lord Nelson que foi bombardeado pelo IRA em 1966.

  2. Henry Street – uma rua de comércio com shoppings e várias lojas como Zara, Mango, Skechers (tênis americano muito confortável e barato), Primark (loja inglesa chamada na Irlanda de Pennys – loja de roupas/casa/acessórios MARAVILHOSA e ultra barata – comprei uma mala de bordo ultraleve lá por 18 euros, um pijama muito quentinho por 13 euros, pacote de 3 cuecas para o namorado por 6 euros, camiseta masculina bem bonita por 3 euros, blusa de lã feminina por 8 euros, roupa de bebê para presente por 3 euros etc. – só saiba que as coisas de lá não são muito duráveis, duram no máximo uns 2 anos, mas pelo preço vale a pena. Inclusive, você vai ver muita gente na rua carregando sacolas de lá).

  3. Ha’penny Bridge – ponte de pedestres bonitinha e famosa.

  4. Região do Temple Bar – é a região de bares (“pubs”) mais famosa do mundo. Passamos por ela de dia e de noite, sendo que as duas experiências foram ótimas. De dia foi bom para ver a beleza dos bares, das cores vibrantes, das pequenas ruas que são super charmosas. De noite foi legal para entrar nos bares tomar uma cerveja e ouvir uma música ao vivo. Só faço uma ressalva que a região é ULTRA turística, ou seja, você quase não vai encontrar irlandeses por lá, os preços são salgados e os bares são lotados. Como fomos em uma época em que a cidade estava com poucos turistas e optamos por ir em uma terça-feira, conseguimos pegar mesa e transitar sem problemas entre os bares, mas dizem que vira um inferno nos finais de semana e quando a cidade está lotada.

  5. Estátua da Molly Malone – Uma das coisas mais turísticas para se fazer em Dublin é tirar foto nessa estátua, então tenha certeza que os irlandeses evitam a região para fugir dos milhares de turistas que ficam se acotovelando para conseguir uma foto boa. Molly Malone, na verdade, é a personagem de uma música chamada “Molly Malone”, sobre uma mulher que vendia peixes com seu carrinho pelas ruas e que morreu de uma febre alta. Ninguém sabe se existiu mesmo uma Molly Malone e quem foi o autor original da letra (que foi registrada pela primeira vez nos Estados Unidos em 1883), mas a música se tornou famosa e hoje é considerada o hino não oficial da cidade de Dublin. Segue o link para a versão mais famosa cantada pela banda The Dubliners: https://www.youtube.com/watch?v=D9O5ApakhFg

  6. Livro de Kells e biblioteca do Trinity College – você vai ouvir muito sobre o “Book of Kells” na Irlanda, também conhecido como O Grande Evangeliário de São Columba. É um manuscrito ilustrado feito por monges aproximadamente no ano de 800 A.D., que contém os 4 evangelhos do novo testamento. Para ver o livro você tem que entrar no Trinity College (universidade que fica no centro da cidade) e seguir as indicações. Custa 11 euros o ingresso (8 euros para estudante, sendo que aceitaram carteirinha brasileira da faculdade) comprando na hora e 14 euros comprando pela internet (para evitar filas). Eu achei o livro bacana, cheio de detalhes e gostei do passeio, mas o que fez valer o alto valor do ingresso foi a passagem pela biblioteca antiga da universidade no final da exposição. Ela é considerada a bibliotecas mais deslumbrante do mundo e conta com 220 mil títulos, além da harpa de Brian Boru (símbolo nacional da Irlanda e símbolo da cerveja Guinness). Demos a sorte, ainda, de ouvir a explicação maravilhosa de duas mulheres que trabalham lá limpando e preservando os livros. Saindo da exposição passeamos um pouco pela universidade, esbarrando em alunos apressados que corriam entre uma sala de aula e outra e imaginando que Oscar Wilde e Samuel Beckett estudaram por ali.

  7. Graffton Street – rua de compras mais famosa da parte sul da cidade.

  8. St. Stephen’s Green – parque lindo em formato retangular criado em 1663. Adoramos sentar em um dos bancos ao lado de um lago e observar os irlandeses arremessando pedaços de pão para as aves que estavam por ali. Foi um ótimo lugar para parar um pouco e descansar as pernas.

  9. Estátua do Oscar Wilde – Eu não sei quanto a vocês, mas eu adoro o Oscar Wilde e a ironia fina dele. Gostaria de saber muito mais, mas hoje meu conhecimento está limitado à leitura de algumas de suas obras. Já foi o suficiente para justificar uma passada por sua estátua no Merrion Square Park e na frente da casa que ele morou (bem em frente à estátua, do outro lado da rua). Eu adorei, achei a pose dele sentado na pedra muito engraçada e debochada. Para mim, foi indispensável, mas se você nem sabe que diachos é esse tal de Oscar Wilde, acho dispensável a visita.

  10. Castelo de Dublin – fundado em 1204 sob ordens do Rei John da Inglaterra e finalizado em 1680. Até a independência da Irlanda foi sede do governo britânico. Eu li opiniões na internet que não indicavam a visita ao castelo e, como eu já pretendia entrar no castelo de Edimburgo na Escócia, optei por passear apenas em volta dele.

A – Museu do whisky irlandês – minha amiga foi e indicou.

B – Catedral da Santíssima Trindade – construída por um rei viking em 1038 e pelas fotos vale uma visita. Inclusive, achei curioso que ela tem a maior cripta do Reino Unido e da Irlanda, de 63,4 metros. Visita é paga.

C – Catedral de St. Patricks – dedicate ao santo padroeiro da Irlanda, São Patrício. Construída entre 1220 e 1260 no local em que se acredita que o santo batizava os fiéis. Está enterrado nela o escritor Jonathan Swift, autor de “As Viagens de Gulliver”. Visita é paga.


Outros lugares que eu gostaria de ter visitado, mas não deu tempo, e não cabem no mapa: Kilmainham Gaol (cadeia antiga, um pouco longe do centro, mas que é super indicada no TripAdvisor) e a Guinness Storehouse (passeio pela fábrica da cerveja Guinness).


Ah, um lugar muito legal que não coube no mapa foi a ponte Samuel Beckett, que imita uma harpa, um dos símbolos nacionais da Irlanda. Achei uma das pontes mas bonitas que eu já vi, especialmente de noite quando ela fica toda iluminada.


O Con e a Molly Malone:



Biblioteca do Trinity College:



Eu e o Oscar Wilde:



Pelas ruas de Dublin:


Alimentação:

Escrevi uma página específica dedicada aos restaurantes, bebidas, bares e pratos típicos da Irlanda.

História da Irlanda:

Você sabia que a fronteira entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte já foi uma das fronteiras mais militarizada do mundo?

Para compreender um pouco da Irlanda e do povo irlandês acho muito importante pesquisar um pouco sobre a história desse país. Não ouvimos muito falar na Irlanda na escola, mas muitos provavelmente ouviram em algum filme (tem um até com o Brad Pitt), livro ou música sobre o IRA - Ireland Republican Army (exército republicano da Irlanda) ou pelo menos já ouviu a música "Sunday Bloody Sunday" do U2, não?

O que essas duas coisas tem a ver?

Se você quer saber um pouco mais sobre a história triste desde país maravilhoso, fiz um post exclusivo:

Passeios:

Os principais passeios para se fazer a partir de Dublin são: Cliffs of Moher, Ring of Kerry e Giant's Causeway.

Para cada passeio você precisa separar um dia inteiro, porque o ônibus sai cedo de Dublin e volta no final da tarde/início da noite.

Uma dica que gosto de dar é você levar um lanche para não ser obrigado a comer nos restaurantes turísticos em que os ônibus param. Eu e meu noivo levamos croissants com peito de peru comprados no mercado e estava uma delícia. Outros casais fizeram a mesma coisa, então você não vai ser o único farofeiro, não se preocupe! :)

Os passeios que fizemos foram em inglês, sendo que recomendo apenas para pessoas que falam muito bem a língua porque o sotaque dos irlandeses dificulta um pouco o entendimento das explicações. Se você não fala tão bem o inglês e/ou não fala nada, recomendo procurar passeios em espanhol ou português.

Como eu e meu namorado somos muuuito fãs de Game of Thrones (aquela polêmica série de Tv e de livros, cheia de insesto e mortes de personagens queridos), acabei pegando um dos 3 dias que eu tinha separado para passeios e escolhido fazer o tour ao set de filmagem da série. Se você não gosta de Game of Thrones, nem perca tempo porque o passeio é completamente voltado para os fãs. Contudo, por causa disso, tive que excluir um dos passeios tradicionais e optei por excluir o Ring of Kerry. Baseei minha decisão em fotos que vi pela internet e opinião de blogueiros de viagem.

Nós fizemos os passeios para o Giant’s Causeway e para os Cliffs of Moher com a empresa Paddywagon e gostamos muito. Compramos em Dublin, em uma loja de esquina da Paddywagon bem no meio da O’Connell Street. O primeiro saiu por 60 euros por pessoa e o segundo por 40 euros. O ônibus passa bem cedo (tipo 7h da manhã) em três pontos no centro. Escolhemos esperar por ele na frente de um cinema antigo, o ponto mais próximo de onde estávamos hospedados.

Ele foi muito pontual e é impossível de não ser reconhecido, considerando que é verde e tem um leprechaun (figura folclórica irlandesa parecido com um duende) enorme de barba ruiva desenhado na lateral junto com o nome PADDYWAGON. Não esqueça só de perguntar para o motorista se aquele é o seu passeio, porque são vários ônibus dessa empresa que saem do mesmo ponto e vão para lugares distintos.

Recomendo muito essa empresa porque achei organizada e pontual. Os ônibus me pareceram ser bem novos e seguros e os motoristas foram muito simpáticos! Inclusive, aprendi muito com o motorista que nos levou ao Giant`s Causeway porque ele explicou toda a história do conflito da Irlanda com a Irlanda do Norte e a Inglaterra.

Site da empresa para você consultar os preços atuais: https://www.paddywagontours.com

O passeio para o set do Game Of Thrones foi feito com a empresa "Game of Thrones Tour". Compramos pela internet do Brasil antes de viajar com cartão de crédito e foi tudo muito tranquilo! Imperdível mesmo para quem gosta da série/dos livros. O site é esse aqui: http://www.gameofthronestours.com/ . Custou 55 euros por pessoa e saiu às 8h em ponto do Hotel Hilton Garden Inn em Dublin.

Escrevi sobre cada passeio em uma postagem separada:


3. Game of Thrones Tour - clique aqui: (ainda não disponível)

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