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Programando sua viagem para a Rússia


Se você ainda tem qualquer dúvida sobre ir ou não ir, posso te adiantar que a Rússia é maravilhosa! Vale cada Rublo gasto para conhecer um pouco do maior país do mundo.


Esqueça qualquer filme hollywoodiano que prega o estereótipo que o russo é o cara malvado de barba grande e chapéu de pele, dirigindo um carro Lada, com planos para dominar o mundo entre um gole de vodka e outro.


O povo russo, pela minha breve experiência, é muito mais parecido com o brasileiro do que imaginamos. Eles estão muito mais próximos do que vemos nos milhares de vídeos malucos de russos fazendo coisas bizarras no Youtube do que do clichê alimentado pela obsoleta indústria xenofóbica de Hollywood.


Sim, eles bebem vodka. Sim, muitos deles usam barba. Sim, você vai ver alguns carros Lada espalhados pelas estradas. Mas, a Rússia é muito mais do que isso. Terra dos czares, da União Soviética, das guerras. Vi tanto ouro e riqueza nos palácios por lá que chega a fazer frente à Versailles. A Praça Vermelha é maravilhosa ao vivo e consegue ser ainda mais encantadora à noite. Os museus são divinos. A culinária é interessante. Os costumes são curiosos. Quem gosta de história vai ficar maluco.


Mas, não é um país fácil de se conhecer. Primeiro que só 3% da população russa fala inglês fluente e só 7% consegue se comunicar com frases bem básicas em inglês. Ou seja, grande chance de você só conseguir se comunicar usando a linguagem mais famosa do mundo: a mímica. Também não há placas em inglês em Moscou, nem guichês de informação, deixando o turista completamente perdido.


Fora isso há o problema da acessibilidade. Para um país que pretende sediar a Copa do Mundo em 2018, a acessibilidade na Rússia é péssima. Não há elevador no metro, então minha mãe que tem problema no joelho foi obrigada a descer e subir vários lances de escada diariamente. Também não há fila preferencial para idosos ou grávidas. Se você ou alguém que pretende viajar com você depende de acessibilidade, recomendo pesquisar muito antes de ir e não ficar muito chateado se chegar lá e não puder conhecer um museu ou um palácio devido a inexistência de elevador.


Tirando esses detalhes, foi uma das melhores viagens que eu já fiz e super recomendo! Vamos começar a programação então.



Qual é o primeiro passo para programar minha viagem para a Rússia?


Decida a época do ano que pretende ir.


O inverno russo, como todos sabem, é absurdamente frio. Em janeiro de 2016, por exemplo, fez -26 graus em São Petersburgo. Então, você vai ter que programar muito bem suas roupas e seus passeios. Se você vai no inverno, para seu consolo, dizem que a Rússia fica ainda mais linda com a neve e o frio.


Se você vai em qualquer outra estação do ano, fica tudo mais fácil. Mas, não vá separando todos seus shorts e regatas. Eu fui em junho (primavera) e peguei frio de 5 graus em São Petersburgo, com vento cortante e garoa.


A regra de temperatura é:

NOV/DEZ/JAN/FEV - leve roupas para neve e muito, mas muito frio. O sistema de 3 camadas ajuda.

OUT/MAR/ABR - leve roupas para frio, considerando que há grande chance de pegar temperaturas negativas.

MAI/JUN/JUL/AGO/SET - leve roupas para temperaturas médias, entre 6 e 20 graus, sem esquecer de um bom casaco.



Quantos dias de viagem preciso para conhecer bem a Rússia?


Essa é uma pergunta difícil de responder para qualquer viagem porque depende muito de cada um.


Vou passar a minha experiência: fiquei no total 10 dias na Rússia, 5 em São Petersburgo e 5 em Moscou. Deu para ver tudo? Não. As duas cidades são enormes (especialmente Moscou) e cheias de lugares interessantes para ver (especialmente São Petersburgo). Acredito que vi o principal, mas gostaria de ter ficado mais 2 dias. Mas, eu não sou muito parâmetro porque sou daquelas turistas chatas que gosta de ver tudo e de experimentar tudo. Sempre acho que da para voltar para os lugares que conheço porque tem mais coisas para ver.


Se você fizer um rítmo de viagem corrido, acho que consegue ver os principais pontos turísticos em 3 dias em Moscou e 4 em São Petersburgo. Mas, para que ver tudo correndo? Você vai estar tão longe de casa e vai ser tão difícil voltar que acho que compensa conhecer direito e sem pressa.



Brasileiro precisa de visto?


Para turismo não. O Brasil firmou um acordo com a Rússia para isenção de vistos de curta duração. Assim, a partir de 2010, os brasileiros entram na Rússia sem visto, apenas apresentando o passaporte.

Recomendo que você imprima uma cópia desse tratado em inglês e uma em russo para apresentar na alfândega caso ocorra qualquer problema:

http://brazil.mid.ru/documents/3464662/7645250/Acordo_ING.pdf

http://brazil.mid.ru/documents/3464662/7645250/Acordo_RUS.pdf

É apenas uma precaução, mas ouvi que alguns brasileiros tiveram problemas na hora do embarque para a Rússia saindo da Europa porque a companhia aérea não sabia desse acordo. Como precaução é meu segundo nome, claro que eu levei hahaha



Que dinheiro levo? Quanto levo?


A moeda oficial da Rússia é o Rublo e você não vai encontrar nas casas de câmbio brasilieras para vender, salvo raras exceções.


Julgando pela minha experiência, compre Euros no Brasil e leve. Chegando na Rússia troque um pouco por Rublo no aeroporto e deixe para trocar o resto em casas de câmbio. É só procurar um banco que tenha uma placa luminosa na frente com a cotação do euro e do dólar. Você acha vários pelo centro.


Achei que vale a pena pagar algumas coisas mais caras no cartão de crédito mesmo com o IOF. Assim perdi com o imposto, mas não perdi com a conversão do câmbio. Da mais ou menos a mesma coisa.


Sobre a quantidade, é outra pergunta difícil porque depende muito do seu estilo de viagem. Apenas para ajudar um pouco, eu achei as coisas na Rússia mais baratas que na Europa. Há vários mini-mercados espalhados pela cidade e há opções boas de restaurante e fast food. Você vai gastar com alimentação e transporte apenas um pouco mais do que gasta no Brasil (tomando por parâmetro a cidade de Curitiba). O que eu achei caro foram os souvenirs, sendo que paguei 80 reais em uma Matrioshka pintada à mão, 150 reais em um cachecol de Orenburg e 120 reais em uma caixa de música.



Pronto. Decidi a época, o número de dias e comprei minha passagem. E agora?


Agora você aproveita para ler todas as minhas dicas de passeios, restaurantes, compras e utilidades aqui no blog. Aproveite que eu já passei pelos perrengues e, com minhas dicas, facilita muito para você.


Recomendo muito a reserva de um guia turístico e a compra antecipada pela internet dos ingressos para as atrações turísticas como o Bolshoi (comprei 3 meses antes), o Kremlin de Moscou e o Hermitage. No post sobre passeios turísticos eu explico como reservar e comprar.


Recomendo também a compra antecipada pela internet dos trens entre Moscou e St. Petersburgo. Há um post explicando como comprar.


Não recomendo alugar carro. O transporte público é eficiente e qualquer coisa há o aplicativo Uber. Explico tudo no post sobre transportes.


Para reservar hotéis, recomendo uma boa pesquisa no Booking. Não gostei no meu hotel em Moscou, então vou pular essa indicação. Nossa guia russa comentou que os brasileiros costumam ficar hospedados nos hotéis da rua Arbat, especialmente no Mercure e no Marriott, então talvez seja uma boa dar uma olhada nesses. Minha única recomendação é que o hotel seja perto de uma estação de metrô, que facilita muito sua locomoção. O nosos hotel de St. Petersburgo foi o Kristoff Hotel e gostei muito. Limpo, organizado, bom café da manhã e 3 quadras do metro.


Qualquer dúvida que não esteja no blog, pode mandar um email para: anapaula_pepe@hotmail.com


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Ana Rompkowski

Advogada de profissão e nômade de coração. Uma viagem maravilhosa não acaba quando você volta para casa. Tudo que vi e aprendi passou a fazer parte de mim e, com esse blog, pode fazer parte de você também.

 

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